quinta-feira, 17 de abril de 2014

Puta

Uma puta, com as pernas abertas,
Feito uma mariposa enorme,
Pousou numa roseira enquanto eu dormia.

A puta ensanguentada,
Só sabia que era puta pela cara.
Nem pelo sexo escancarado,
Nem pelo cabelo-Madalena,
Nem por outra coisa.

Era puta por causa daqueles olhos
E tive certeza sem perguntar.

Ela balançou na roseira,
Mariposa safada
Grunhiu:

Nada presta de ti, mulher coxinha.
Hipocrisia Maria,
Tu me desejas mais que os machos.
Queres ser a minha carne
E me cospe na cara.

Nada presta de ti,
Mulher azeda.
Senhora de véu
Com a boceta acesa.

Nada presta de ti...

Caiu empalada na roseira
E morreu dando risada

Morreu dando risada,
Aquela puta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário