quarta-feira, 12 de março de 2014

Se fosse Deus provável,
Veja bem, provável, e não possível...
Tão mais fácil seria suportar o engarrafamento,
O insosso dos pratos rápidos,
A comédia do dia-a-dia.
Assim, não seria.

Talvez eu não fosse tão
Gauche Macabéa.
Talvez não fosse tão Ignorância.
Ou fosse Toda.

Talvez me inundasse tanta ciência,
Que eu inteira mudaria de cor.
Para um pálido azul.
Ou um esquálido amarelo.

Se fosse Deus provável,
Tudo teria notas de sentido.
Desde as ações na Bolsa
Até a morte de um menino.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Adolesce-te

Acordou e foi direto ao espelho
Ver se o tumor amarelo havia partido
Deixado as bochechas
Redondas em paz.

Não havia.

Estava lá ainda aquele farol
Dizendo: apressa-te que o tempo urge.
Que o teu sono será curto.
Mas logo te estendes morto.

Apressa-te em ebulir
Enquanto há fogo
Cumprir teu alvo razoável.
Espalhar seus pedaços pelo chão.

Ah, se todo menino soubesse...
Que o virar da ampulheta é tão cruel
Quanto a segunda guerra.
E as provas de trigonometria.